Corelio “In the Club”: do estúdio à pista com propósito e identidade
Antes mesmo de lançar sua primeira faixa, Corelio já carregava algo que muitos artistas buscam durante anos: uma escuta ativa e uma sensibilidade lapidada pela pista. Mineiro, passou um período vivendo na Europa, onde absorveu referências diretas da cena eletrônica de clubes e beach bars com DNA musical próprio. Foi ali que entendeu, na prática, que a música eletrônica pode ser uma ferramenta de liberdade, de presença e de conexão. Ao retornar ao Brasil, escolheu a Beatlife como o espaço onde sua linguagem sonora finalmente ganharia forma técnica, consciência e direção.
“Fui me conectando com a música eletrônica desde muito novo, vendo vídeos do Tomorrowland e sentindo aquela vibração coletiva. Quando comecei a frequentar as pistas pessoalmente, percebi que queria fazer parte disso — não como plateia, mas como alguém que constrói a experiência”, conta.
Groove com intenção e técnica com leveza
Corelio transita entre vertentes da house music com fluidez, mas sem perder a consistência. Seus sets não seguem modismos: eles são desenhados a partir da escuta do ambiente. “Gosto de entender o público, sentir a vibe do espaço, e construir a partir disso. Não é só sobre tocar faixas legais. É sobre criar um momento que faça sentido pra quem está ali.”
Sua paleta sonora é inspirada por selos como Stereohype, Higher Ground e Nervous Records — referências que misturam energia, groove e sofisticação. Mas o mais importante, segundo ele, é tocar com verdade: “Com sorriso no rosto, com vontade de dançar junto. Isso muda tudo.”
Da Europa à Beatlife: a curva de formação
A passagem pela Europa ampliou sua percepção sobre pista e performance. A convivência com uma cena mais orgânica, baseada no corpo e na frequência da dança, o influenciou profundamente. “Frequentava a Papete Beach, onde o house era vivo. Isso moldou muito do que trago pro meu som hoje: sets alegres, com energia boa e construção de vibe.”
Ao voltar ao Brasil, escolheu a Beatlife para iniciar de forma estruturada sua atuação como DJ. “Eu me sentia travado na parte técnica. A CDJ parecia um bicho de sete cabeças. Mas a didática da Beatlife mudou isso completamente. Ganhei confiança, repertório e, principalmente, clareza.”
Formação realista e aplicável
Não foi só sobre tocar. Foi sobre entender o papel do DJ como técnico, artista e responsável pelo ambiente. “Nunca esqueço quando a Jamila me disse que eu precisava estar sempre preparado. Ter cabo extra, pen drive reserva, saber montar e desmontar o setup — tudo isso me salvou em vários momentos já.”
Esse tipo de aprendizado, que mistura conhecimento prático e visão de carreira, foi essencial para que Corelio se sentisse apto a se lançar com consistência no mercado — agora com repertório europeu, linguagem própria e estratégia definida.
In The Club: o som que persistiu
Sua estreia como produtor aconteceu com “In the Club”, faixa que carrega mais do que elementos musicais: carrega persistência. “Esse vocal foi o primeiro que usei quando comecei a estudar produção. Mexi em tudo na música, apaguei e recomecei várias vezes. Mas esse vocal ficou. Era um lembrete de que a ideia ainda estava viva.”
O processo técnico foi exigente. “Tive que aprender a mixar direito, ajustar os volumes dos samplers, entender os grids... Foi difícil, mas viciante.” O estúdio se tornou um novo lugar de pesquisa e prazer. “Hoje passo horas ali e nem percebo. O tempo some quando estou criando.”
Próximos lançamentos e visão de pista
Com dois novos sons a caminho, que serão lançados em um EP de tech house, Corelio promete seguir explorando texturas dançantes, com construção rítmica inteligente e energia constante. Os lançamentos estão previstos para o início de maio e devem consolidar a identidade musical que ele vem lapidando desde o início do curso.
“Quero lançar com calma, mas com segurança. Só produzo algo se eu conseguir tocar aquilo num set inteiro e me sentir conectado de verdade”, resume.
Mais do que um estreante em fase de ascensão, Corelio representa o novo artista brasileiro: alguém que alia repertório internacional à formação profissional séria, estética refinada e presença afetiva na pista. E é dentro dessa nova geração que a Beatlife reafirma seu papel: o de formar DJs e produtores prontos não apenas para tocar — mas para deixar marca.
